Projeto une UGB e UFF para a produção de tijolos ecológicos

Para os alunos da professora Isabella Valadão, do Centro Universitário Geraldo Di Biasi (UGB), a pesquisa de materiais sustentáveis na produção de tijolos ecológicos para a construção civil. Até aí nada de mais, apesar de uma ação que mereça valorização, se não fossem os diversos resíduos utilizados no processo, entre eles cédula de papel moeda, descartados e enviados pelo banco Central para fazer parte do projeto.

Izabella Valadão, Engenheira Civil e coordenadora do projeto acredita que a experiência transforma a visão de seus alunos e os prepara a atuar de maneira responsável num momento que o país precisa  abrir os olhos para a sustentabilidade.

Trata-se de uma parceria do UGB, que temcampi nos municípios de Volta Redonda, Nova Iguaçu e Barra de Piraí, com a Universidade Federal Fluminense (UFF), onde Izabella é professora no Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente.

O projeto abrange os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo do UGB e dos cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da UFF, que participa do projeto auxiliando nos estudos e ensaios com a incorporação de resíduos de diferentes origens na produção dos tijolos ecológicos.
A iniciativa chamou a atenção da FAPERJ, que cedeu recursos para a montagem da fabrica de produção dos tijolos, onde os alunos experimentam as noções teóricas propostas pelo projeto. Os recursos cedidos através de edital, foram utilizados para a aquisição dos equipamentos para o laboratório, prensa hidráulica e o triturador para pedras e resíduos da construção civil e também em passagens para os alunos e diárias”. 

Ao destinar os resíduos sólidos na produção dos tijolos ecológicos, utiliza-se menos os recursos naturais e da utilização correta para algo produtivo e que valorize o meio ambiente. Sob a pressão de 6 toneladas da prensa hidráulica utilizada na fábrica, o solo, cimento e água são compactados para o surgimento dos tijolos exibidos com orgulho pelos alunos e professores, já que a adição de outros componentes não afeta as características essências de resistência, manuseio e utilização dos tijolos.

O Laboratório de Materiais de Construção do UGB, está em funcionamento há cerca de um ano. Para Izabela, esse é o início de um processo que melhore a relação de custo/benefício para os fabricantes. “Por enquanto, estamos trabalhando com a fabricação de pequenas quantidades de tijolos e verificando de que modo esses resíduos podem alterar características importantes, como o aumento da resistência ou o isolamento térmico e acústico”, complementa. 

Em comparação com os tijolos convencionais, os ecológicos apresentam vantagens para o meio ambiente e são mais econômicos. O tijolo ecológico dispensa a queima e por esta razão contribui com o meio ambiente, pois não emite gases tóxicos para a atmosfera quando existe a queima.

“O tijolo ecológico torna a obra mais barata em aproximadamente 30%, permitindo economia na mão de obra. O seu design reduz o tempo de montagem, pois como é prensado, ele é mais liso e tem um encaixe do tipo macho-fêmea, acelerando o processo de construção e o acabamento da obra”, afirma sorridente a coordenadora Izabella valadão.

Nas construções com o tijolo ecológico, dispensa-se o uso de madeiras para a estruturação das colunas para o concreto, pois os tijolos moldados no projeto podem ser preenchidos com o concreto, exercendo um papel estrutural e ainda conter a instalação hidráulica e elétrica. E isso reduz tempo e custos com a obra.

Para a felicidade de alunos e professores envolvidos nesse projeto, o trabalho do grupo recebeu menção honrosa na 9ª Jornada de Iniciação Científica do UGB, a Jornic. Agora resta o desafio de após a etapa de testes, estabelecer parcerias para a fabricação de tijolos ecológicos com indústrias da região. Os interessados podem candidatar-se a doar seus resíduos industriais para reaproveitamento, e receber a transferência de tecnologia na produção do tijolo ecológico.