Cultura 09/03/2016 12:31

Sider Shopping promoveu no dia 8 de março o 1º Sarau de Poesias

Além de comemorar uma data tão simbólica, o empreendimento aproveita a data para disseminar a cultura local.

Esse ano, a comemoração do Dia Internacional da Mulher no Sider Shopping foi diferente: agora, a data de 8 de comemora também  a realização do “Primeiro Sarau Literário”, evento que contou com a participação das poetisas Regina Vilarinhos, Mércia Heloísa e Luiza Pettersen, que declamaram suas poesias de sua própria autoria. Luiza aproveitou para citar em seus textos mulheres que tiveram grande destaque na História, desde Cleópatra, a cientista Marie Curie e Raquel de Queiroz, a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e Regina destacou que esta foi a primeira vez que sentiu uma energia diferente em um Sarau de Poesias: “Estamos passando a dar destaque para a luta da mulher e não apenas para as referências simbólicas. A significação vai além de ganhar rosas e presentes, mas sim uma conquista”, explicou.

Renato Martini de Oliveira, poeta e professor de literatura, encerrou as apresentações da noite. Uma seleção minuciosa trouxe à platéia grandes poetisas brasileiras como Hilda Hilst, Alice Ruiz e Orides Fontela. 

Único homem a se apresentar em uma noite tão importante, Renato encerrou a apresentação destacando a importância das palavras. “Gosto de sentir cada palavra e de estar onde a poesia está. Foi um convite irrecusável”. 

Segundo Camile Teixeira, diretora de marketing do shopping, esse é o primeiro evento de muitos, pois a realização do Sarau de Poesias teve o apoio irrestrito da AVL - Academia Volta-Redondense de Letras, uma instituição cultural, fundada em 2005, que congrega escritores de Volta Redonda em torno do objetivo de difusão da cultura brasileira, da língua portuguesa e da literatura, através da valorização, estímulo e divulgação da produção literária regional. “É muito importante estreitar os laços entre a comunidade e os artistas da nossa cidade, principalmente em um dia tão significativo como esse. É aí que entra o Sider Shopping, com o papel de ser um elo entre o público e as diferentes ações culturais do nosso município”, destacou Camile. 

História do dia 8 de março 

No dia 8 de março de 1857, trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento foi reprimido com violência pela polícia. Em 8 de março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento também foi reprimido pela polícia. 

No dia 25 de março de 1911, cerca de 145 trabalhadores (maioria mulheres) morreram queimados num incêndio numa fábrica de tecidos em Nova Iorque. As mortes ocorreram em função das precárias condições de segurança no local. Como reação, o fato trágico provocou várias mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho, gerando melhores condições para os trabalhadores norte-americanos. 

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas. 

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações. 

A luta no Brasil 

No Brasil, as movimentações pelos direitos da mulher surgiram no início do século 20, por grupos que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força nas décadas de 1920 e 30, com o movimento das sufragistas, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 algumas organizações passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher. 

Carlos DeAraújo

Jornalista

Brasil

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